Os músculos artificiais feitos de polímeros agora podem ser alimentados por glicose e oxigênio, assim como os músculos biológicos. Esse novo avanço pode ser um passo decisivo para a inserção de músculos artificiais no corpo humano ou de robôs movidos a biomoléculas.
Na Linköping University, na Suécia, a equipe de estudo apresentou suas descobertas na revista Advanced Materials.
O movimento dos nossos músculos é alimentado pela energia liberada quando a glicose e o oxigênio estão envolvidos em reações bioquímicas. Da mesma forma, atuadores artificiais feitos de polímeros podem converter energia em movimento. Até ontem só era possível com eletricidade, mesmo para o robô aéreo.
Hoje, pesquisadores suecos mostraram que será possível mover músculos artificiais como os humanos. Um polímero condutor, o polipirrol, que muda de volume quando atravessado por uma corrente elétrica, é o alicerce de novos músculos.

Como isso funciona?
O músculo artificial, conhecido como "atuador de polímero" é feito em camadas. Três, para ser preciso, com duas camadas de polímero em torno de uma fina membrana entre elas. Ao carregar positivamente uma das camadas, o músculo se contrai: com uma carga negativa, ele se expande.
Os elétrons que causam esse movimento atualmente vêm de baterias pesadas, que precisam ser carregadas continuamente. A equipe de cientistas da Suécia explorou a tecnologia por trás dos bioeletrodos, que convertem energia química em energia elétrica com a ajuda de enzimas.
"Essas enzimas convertem glicose e oxigênio. É exatamente como nosso corpo faz. Você não precisa de baterias para produzir a energia necessária - basta mergulhar o músculo na solução."
"Quando integramos as enzimas em ambos os lados do atuador e o vimos se mover, foi fantástico", dados Jose Martinez, um membro da equipe de pesquisa.
E adesso?
O próximo passo será controlar as reações bioquímicas nas enzimas, para tornar o movimento dos músculos reversível e repetível.
"A glicose está disponível em todos os órgãos do corpo, é a substância ideal.
Mais tarde, também podemos usar outras enzimas para garantir que os microbots autônomos se alimentem das substâncias ao seu redor. Um exemplo? Pequenos droides automáticos para monitorar a água de um lago, alimentados pelas substâncias presentes no mesmo lago”.
Um mundo de máquinas "naturais" que exploram a dinâmica da biologia para se mover. Biorobôs reais.