Por um longo tempo, Neil Harbisson, um artista e designer, viveu uma vida em preto e branco para nascer sem poder ver as cores.
Hoje Neil possui poderes transumanos, na forma de uma antena implantada em seu crânio que lhe permite “ver” (ou melhor dizer “ouvir”) cores com vibrações sonoras.
Já sua companheira Moon Ribas tem um sensor sísmico implantado no pé que lhe permite “sentir” o tremor da terra durante um terremoto.
Neil e Moon são na verdade dois transumanos, dois cyborgs, dois membros de uma nova “espécie intermediária” que representa uma conexão mais profunda entre humanos e tecnologia. Um dos aspectos transhumanismo.
Ele sente as cores
Durante uma conferência há alguns meses, o Indaba Design 2019, Neil Harbisson ele chamou a atenção com uma peça engraçada sobre sua natureza como ciborgue.
“É impossível ignorar a existência da cor, especialmente quando você não pode vê-la. A razão pela qual escolhi sentir as cores é que as cores são elementos sociais: mas não quero mudar a natureza preto e branco da minha vida."Diz Harbisson.
Eu acho que ver em escala de cinza tem muitas vantagens: antes de tudo uma melhor visão noturna e uma melhor visão a distância.
Neil Harbisson
Neil criou um protótipo de sensor baseado na intuição de Sir Isaac Newton sobre som e cor, ambas frequências. Para isso ele introduziu no sensor uma lista de todas as cores do espectro, inclusive o infravermelho.
Após esta primeira tentativa, Neil criou uma antena que foi implantada cirurgicamente em seu crânio.
“Meu objetivo era criar uma antena que captasse a cor dominante na cena diante dos meus olhos, comunicando o som dessa cor aos meus ouvidos.”
Ela sente os terremotos
Lua Ribas, seu parceiro, não precisava falar muito sobre sua natureza atual. Produziu um desempenho muito mais imediato. Ela mostrou ao público exatamente como seus sensores implantados no pé lhe permitem sentir os movimentos na base de um terremoto.
Os movimentos em sua performance coincidiam exatamente com as mudanças que ele sentia. Ribas revelou que o próximo passo é “dançar” nos dados que chegam ao vivo da Lua e não mais em uma série de dados pré-gravados.