Mariposas Diamondback masculinas foram lançadas no estado de Nova York modificado geneticamente e projetado para eliminar as pragas das culturas. As evidências de campo mostram que essas mariposas, cujos filhotes morrem, poderiam ajudar a controlar essa importante praga.
A Oxitec, empresa britânica de biotecnologia por trás do teste, já realizou testes de campo desse método para controlar mosquitos que espalham doenças como a dengue. A experimentação na mariposa OGM é a primeira contra uma praga, diz a empresa.
Parasita implacável
As larvas da mariposa Diamondback (plutela xilostela) comem folhas de brássicas, como repolho, brócolis e canola. As mariposas são as principais pragas em todo o mundo, causando danos estimados em US$ 5 bilhões por ano.
Como nasceu a mariposa kamikaze
Para criar sua mariposa OGM, a Oxitec adicionou dois genes às mariposas ainda sensíveis a pesticidas. Um gene simplesmente codifica uma proteína fluorescente vermelha, para que os insetos possam ser facilmente identificados na natureza.
O outro gene mata as larvas imediatamente após a eclosão, mas é ativado apenas nas fêmeas.
Assim, quando as mariposas machos se acasalam com as fêmeas selvagens, todas as fêmeas morrem ao nascer. Os machos sobrevivem e transmitem o gene letal para a prole.
Como metade da descendência de machos geneticamente modificados morre a cada geração, o gene letal deve desaparecer após algumas gerações.
Para suprimir populações selvagens, mais machos transgênicos precisam ser continuamente liberados.
Nos testes de campo realizados pela primeira vez há dois anos na Estação Experimental Agrícola da Universidade de Cornell, em Nova York, entre 1000 e 2500 espécimes machos foram liberados em várias ocasiões.
Como esperado, a variedade de OGM não persistiu na natureza após o período de teste. “Não detectamos nenhum deles por aí,” diz Neil Morrison pela Oxitec.
A empresa espera obter aprovação para começar a vender sua traça Diamondbacks geneticamente modificada para agricultores nos Estados Unidos. Seria um substituto “natural” dos pesticidas (mais ainda, dado que as mariposas desenvolvem rapidamente resistência a estas substâncias). Com a mesma tecnologia, outros tipos de parasitas também poderiam ser abordados.
Mas a mariposa GM terá que ser usada com outros métodos como parte de uma abordagem integrada, ele diz Michael Bonsal da Universidade de Oxford.“Não é uma arma definitiva. É apenas mais uma ferramenta."
Não apenas traça de OGM
A Oxitec também realizou testes com mosquitos OGM nas Ilhas Cayman, Brasil, Panamá e Malásia. Um segundo teste está em andamento no Brasil e a Oxitec espera obter sinal verde para um teste também nos Estados Unidos.
Referências: Fronteiras em Bioengenharia e Biotecnologia, DOI: 10.3389/fbioe.2019.00482