Uma lula-robô pode igualar a eficiência energética de animais reais e pode ser útil para projetar submarinos de próxima geração.
As lulas verdadeiras têm pequenas nadadeiras que usam para manobras cuidadosas, mas quando é necessário um grande aumento de velocidade, elas sugam e expelem água para se impulsionarem. Os pesquisadores vêm tentando há algum tempo construir uma lula-robô que imite esse comportamento semelhante ao de um jato. Hoje uma equipe liderada por Gabriel Weymouth da Universidade de Southampton, no Reino Unido, descobriu uma maneira de aumentar a eficiência desses robôs, para inspirar o submarino do futuro.
O robô lula
Weymouth e seus colegas criaram um robô semelhante a um guarda-chuva com oito costelas de plástico impressas em 3D cobertas por uma membrana de borracha. A lula-robô flexiona-se para fora para sugar a água e contrai-se para expulsá-la, proporcionando o impulso necessário para se mover.
Os pesquisadores experimentaram operar o robô em diferentes frequências de abertura e fechamento. Eles então compararam sua entrada e saída de energia para medir sua eficiência.
A equipe descobriu que disparar pulsos de água na ressonância natural da máquina (a frequência na qual o robô naturalmente tende a funcionar) viu a eficiência alcançada 100 vezes maior com relação a velocidades mais altas ou mais baixas, correspondendo ao lula mais eficiente encontrada na natureza.
É muitíssimo melhor. Quase não acreditamos. Certamente haverá uma fraqueza
Gabriel Weymouth, Universidade de Southampton
Do robô ao submarino do futuro
Ao operar dessa maneira, a lula-robô projetada em Southampton pode tirar vantagem de seu corpo elástico. Feche e ajude a impulsionar seu próximo empurrão.
É como empurrar alguém em um balanço, simplesmente balançando-o no momento certo para que suba um pouco mais a cada vez.
Pesquisas anteriores mostraram que muitos animais adotam uma estratégia semelhante para usar ressonâncias naturais para aumentar seus movimentos.
Weymouth espera que o projeto possa ser adaptado para fornecer energia ao submarino do futuro de forma mais eficiente e com menos risco para a vida selvagem.
O submarino “versão lula” do futuro não teria mais hélices rígidas, mas sim um sistema de locomoção suave.
A equipe agora planeja atualizar o robô com propulsores de água adicionais para fornecer maior capacidade de manobra, já que a versão atual só pode se mover em linha reta. Até lá, passa-me a linha, uma lula robô para fritarem.
Referências de pesquisa: Science Robotics, DOI: 10.1126/scirobotics.abd2971