Uma equipe de pesquisadores acredita ter encontrado uma explicação natural para a existência da matéria escura e outras estranhezas científicas anteriormente inexplicáveis, mas sua teoria depende da existência de uma nova partícula subatômica, um férmion, e de uma quinta dimensão inteira “distorcida” do universo.
Parece a premissa de uma história de ficção científica alucinante: na verdade, é o resultado de um estudo recente que os pesquisadores esperam que lance luz sobre alguns antigos mistérios da ciência.
A nova partícula especulativa, que ainda precisa ser descoberta, é um tipo de férmion, ou partícula subatômica (coisas?) que seria capaz de viajar através desta nova quinta dimensão e ligar a matéria escura à matéria luminosa que compreende tudo o que é visível e físico no universo.
O estudo da quinta dimensão
A existência teórica desta partícula é consistente com outros modelos de comportamento da matéria escura. Parece uma tese muito ousada: quase como se os físicos quisessem distorcer as regras do universo para explicar a sua teoria. Mas a pesquisa é séria e acaba de ser publicada no The European Physical Journal C.
Segundo o estudo, a introdução deste “nova física” pode ajudar a levantar o véu sobre estes processos atualmente envoltos em mistério. Isto leva a um novo modelo do universo com uma quinta dimensão que estas partículas podem atravessar.
O estudo foi escrito por físicos teóricos Javier Castellano e Matias Neubert do PRISMA + Cluster of Excellence da Universidade Johannes Gutenberg de Mainz. Colabore com eles Adriano Carmona, bolsista Athenea3i do Departamento de Física Teórica da Universidade de Granada.
Quarta e Quinta Dimensões
o termo quarta dimensão refere-se a uma extensão além do comprimento, largura e profundidade. Implica a necessidade de uma coordenada adicional além das espaciais, e no teoria da relatividade, a quarta dimensão refere-se ao tempo. A "quinta dimensão" é um conceito adicional, desenvolvido no início de 900 pelo matemático Theodor Kaluza. Representa uma tentativa de unificação do campo gravitacional com o campo eletromagnetico, através da introdução de uma quinta dimensão espacial além das quatro, três espaciais e uma temporal, previstas pela relatividade geral.
Não temos as ferramentas para detectar esta nova partícula (e a nova quinta dimensão)
Os pesquisadores afirmam que essa nova partícula seria capaz de interagir com o bóson de Higgs e teria uma forte semelhança com ele. Porém, seria “mais pesado”. Demais para ser detectado por qualquer colisor de corrente e acelerador de partículas.
A existência da partícula e da quinta dimensão resolveria muitos mistérios relacionados à matéria escura.
“Se esta partícula pesada existe, liga necessariamente a matéria visível que conhecemos com os constituintes da matéria escura, assumindo que a matéria escura é composta por férmions fundamentais, que constituem a quinta dimensão, ou vivem nela”, explica um dos físicos.
“Não é uma ideia absurda. Sabemos que a matéria comum é feita de férmions e, se esta quinta dimensão existir, eles provavelmente se propagarão nela”, acrescentaram.
Um novo modelo
Embora atualmente ainda seja difícil provar a existência desta hipotética partícula subatômica e da quinta dimensão, os pesquisadores acreditam que o seu estudo e o modelo que ele descreve podem ajudar os cientistas em estudos futuros de cosmologia e física de partículas.