Existem inúmeras fontes de energia ao nosso redor, se apenas pudermos descobrir como aproveitá-las. Uma equipe suíça mostrou uma maneira ecologicamente correta de fazer um piso de madeira esponjoso que gera eletricidade a cada etapa.
O material funciona usando o que é chamado de efeito piezoelétrico. O material do piso é comprimido sob estresse mecânico e as cargas positivas e negativas se separam em superfícies opostas. O resultado é energia.
Se você fizer um piso com esses materiais, poderá pensar em reunir energia a partir dos degraus à medida que as pessoas os percorrem.
Já ouvi algo semelhante antes: é o mesmo?
Não. O princípio deste novo piso inteligente é diferente daquele dos pisos”triboelétrica" já visto. Nesse caso, a eletricidade é gerada por fricção à medida que as nanofibras se esfregam.
PaveGen, piso inteligente
Esse princípio foi colocado em prática nos ladrilhos da PaveGen e em seus campos de futebol que alimentam suas próprias luzes.
Em novos estudos, pesquisadores da ETH Zurich e da EMPA investigaram o potencial piezoelétrico de um material de construção comum: a madeira. Normalmente não é flexível o suficiente para gerar muita eletricidade, então a equipe desenvolveu uma forma de dar-lhe elasticidade.
Eles expuseram a madeira a um processo chamado “deslignificação”. As ligninas são polímeros naturais que atuam como estruturas de suporte nas células vegetais, principalmente madeira e casca, o que as mantém rígidas e fortes. A remoção de algumas dessas ligninas tornou a madeira muito mais esponjosa. Agora, ele pode ser facilmente compactado e, em seguida, retornado à sua forma original.
Testes para o piso inteligente
No primeiro teste, a equipe imergiu a madeira em um banho de peróxido de hidrogênio e ácido acético. No segundo eles experimentaram um método mais suave, usando um cogumelo chamado ganoderma applanatum, que faz com que a lignina apodreça da madeira.
Ambos os tipos de madeira esponjosa foram testados em laboratório como gerador piezoelétrico.
A madeira obtida do banho de ácido
O primeiro “protótipo” era um cubo de aproximadamente 1,5 cm de lado. A madeira obtida no banho ácido gerou aproximadamente 0,63 V. Isso é suficiente para alimentar um pequeno sensor. Quando a equipe criou um “mini piso”, juntando 30 desses blocos e colocando sobre ele o peso de um adulto, o sistema produziu energia suficiente para ligar um LCD.
A madeira esponjosa produzida com o cogumelo
O segundo protótipo do piso proto funcionou ainda melhor: um cubo do mesmo tamanho produziu uma tensão máxima de 0,87V. A outra vantagem desse método, não menos importante, é que ele agride menos o meio ambiente.
Possíveis aplicações
O estudo sugere que este tipo de gerador de esponja de madeira pode ser útil tanto para pisos inteligentes quanto para sensores vestíveis. Todos os tipos de aplicações são possíveis, no entanto: em outro estudo recente, por exemplo, a equipe testou uma madeira que pode brilhar sob os raios ultravioleta.