Uma equipe de cientistas liderada por Yoel Fink do MIT, o Massachusetts Institute of Technology (EUA) desenvolveu um novo tipo de tecido eletrônico que funciona como um elemento de um sistema de computador.
Os pesquisadores coletaram um polímero que se comporta como um fio têxtil normal. E, como qualquer linha, pode ser enfiada em uma agulha e tecida em um tecido. Além disso, esse polímero também conduz um sinal elétrico como se fosse um cabo de comunicação.
A pesquisa em tecido digital foi apresentado na última edição da Nature Communications.
Uma fibra digital que transmite, recebe, lembra
Simplesmente transmitir um sinal (não um código binário) não faz muito sentido, então Fink inventou minúsculos chips de silício com um conjunto simples de instruções, mesmo quando derretidos, para embutir no tecido.
Com centenas de chips e um sistema de comunicação comum que pode ser organizado simplesmente bordando motivos com linha, a equipe conseguiu um sistema digital de alto perfil.
Em sua forma mais simples, o tecido é um dispositivo universal de armazenamento de dados. Durante o teste, uma toalha bordada com este fio armazenou um curta-metragem colorido de 767 kilobit e um arquivo de música de 0,48 megabyte por mais de dois meses.
Teremos uma camiseta que lembre todos os lugares que a usamos, completa com fotos e vídeos? Ou haverá roupas que oferecerão “conteúdos especiais”? Como sempre, infinitas aplicações.
Mais: um tecido “neural”
É ainda mais interessante notar que com o aumento do comprimento do fio e da complexidade do circuito, o tecido pode ter a forma de um computador ou de uma rede neural.
Por exemplo, Fink fez um sistema de 1.650 costuras costuradas em uma camisa. O tecido analisou dados de temperatura e umidade da pele humana e, após algum treinamento, aprendeu a reconhecer o tipo de exercício que realiza com 90% de precisão.
A amostra de tecido desenvolvida pelo MIT pode suportar até 10 ciclos de lavagem e secagem e não restringe o movimento.
O gargalo atualmente é a presença de um controlador externo, mas Fink acredita que não será difícil substituí-lo por contrapartes integradas em miniatura.