Segundo um grupo de pesquisadores do clima, o aumento do calor nos oceanos da Terra já ultrapassou o “ponto sem volta” há 8 anos.
O estudo deles publicado na revista PLOS Climate é uma evidência nova e contundente que sublinha nosso caminho para a catástrofe climática. Ou melhor: enfatiza que já estamos nele, não podemos mais pensar em evitá-lo.
“Esses resultados demonstram que as mudanças climáticas não são algo incerto que possa acontecer num futuro distante, é um fato histórico: já aconteceu”, afirma. Kyle Van Houtan, pesquisador do Monterey Bay Aquarium e coautor do estudo.
As alterações climáticas extremas já estão aqui, o ponto sem retorno foi ultrapassado no oceano, e o oceano está subjacente a toda a vida na Terra
Calor extremo
Van Houtan e os seus colegas analisaram as leituras de temperatura entre 1920 e 2019. As temperaturas tinham quebrado recordes já em 2014, no que os investigadores chamam de “o ponto sem retorno”, de acordo com os seus dados.
“Para todos os oceanos, 2014 foi o primeiro ano a ultrapassar o limite de 50% de calor extremo, com as bacias do Atlântico Sul (1998) e da Índia (2007) a cruzarem esta barreira ainda mais cedo”, escrevem os investigadores no artigo.
1998 foi há 24 anos. Impressionante.
Os primeiros seres vivos a realmente sentir a pressão foram espécies como lagostas e vieiras em áreas ao largo da costa nordeste dos Estados Unidos e Canadá. Não é por acaso que só no Alasca 14 pesqueiros já se queixaram nos últimos anos desastres federais.
O que há depois do ponto sem retorno?
Este estudo fornece uma imagem assustadora e fornece um terrível aviso do que ainda está por vir.
“Os oceanos são fundamentais para a compreensão das mudanças climáticas”, diz ele John Abraham, professor da Universidade de St Thomas. “Eles cobrem cerca de 70% da superfície do planeta e absorvem mais de 90% do calor do aquecimento global.”
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