Dióxido de carbono (CO2): o grande inimigo do meio ambiente. Um gás de efeito estufa que contribui para o aquecimento global e as mudanças climáticas, a tal ponto que metade do mundo o estuda maneiras de “capturá-lo”. E se em vez de ser um problema, pudesse se tornar um recurso? E se pudéssemos não apenas roubá-lo, mas também usá-lo para gerar energia limpa? Este é o desafio que os investigadores da Universidade de Queensland assumiram, desenvolvendo um nanogerador revolucionário que absorve CO2 e o transforma em eletricidade. Uma pequena invenção que poderá ter um grande impacto no nosso futuro sustentável. Como sempre, Vou vincular você ao estudo e eu vou te contar.
Um nanogerador “carbono negativo”
O nanogerador desenvolvido pela equipe Dr. e Prof. Xiwang Zhang não se limita a ser “neutro em carbono”, mas vai mais longe: é “negativo em carbono”, o que significa que na verdade consome gases com efeito de estufa enquanto gera energia. Uma abordagem que inverte a percepção do CO2: do resíduo ao recurso, da ameaça à oportunidade.
O dispositivo consiste em dois elementos principais: um gel de poliamina, já utilizado pela indústria para absorver CO2, e uma rede de nitreto de boro muitas vezes apenas alguns átomos, o que gera íons positivos e negativos. A chave para como isso funciona? Está tudo nos diferentes tamanhos dos íons: os positivos são muito maiores que os negativos e, movendo-se em velocidades diferentes, geram uma corrente que pode ser amplificada em eletricidade.
Um nanogerador inspirado na natureza e projetado para o futuro
O princípio do nanogerador é inspirado nos mais eficientes processos de conversão de energia presentes na natureza e no corpo humano, que se baseiam no transporte de íons (e não de elétrons, como ocorre na rede elétrica tradicional). Mais uma vez, nunca vou parar de te contar, não biomimética abre novos horizontes.
Testes de laboratório (esta é uma prova de conceito) demonstraram a viabilidade do conceito, com o nanogerador capaz de alimentar lâmpadas e dispositivos eletrônicos em uma caixa lacrada cheia de CO2. Um resultado que emocionou os pesquisadores, abrindo cenários antes impensáveis.
Quando vi os sinais elétricos saindo, fiquei muito animado, mas preocupado por ter cometido um erro. Verifiquei tudo e estava funcionando bem, então comecei a sonhar em mudar o mundo usando essa tecnologia.
Dr.
Rumo a aplicações portáteis e de grande escala
No momento, o nanogerador é capaz de colher aproximadamente 1% da energia total transportada intrinsecamente pelo CO2, mas, tal como acontece com outras tecnologias, os investigadores trabalharão para melhorar a eficiência e reduzir custos.
As potenciais aplicações futuras são numerosas e em diferentes escalas. Por um lado, poderia ser feito um dispositivo portátil capaz de gerar eletricidade para um telefone celular ou laptop usando o CO2 da atmosfera. Por outro lado, numa escala muito maior, esta tecnologia poderia ser integrada num processo industrial de captura de CO2 (e produção de electricidade).
Claro que o caminho ainda é longo e muitos desafios tecnológicos terão que ser enfrentados para “escalar” esta invenção, mas este pequeno gadget já faz sonhar alto.