Você não achava que era possível encontrar um predador ativo e relativamente grande nas áreas mais inóspitas dos oceanos? No entanto, foi exactamente isso que aconteceu no Oceano Pacífico, a mais de 8.000 metros de profundidade. Nestas águas geladas e completamente escuras, onde a pressão é devastadora, uma equipa internacional de cientistas descobriu uma nova espécie de crustáceo que desafia toda a lógica: rápido, letal e perfeitamente adaptado à caça ao extremo.
Um predador na escuridão do abismo
A descoberta (Vou linkar o estudo aqui) ocorreu na Fossa do Atacama, na costa da América do Sul, onde as profundidades atingem níveis impressionantes. A equipe de pesquisadores do Instituição Oceanográfica Woods Hole e dell 'Instituto Milênio de Oceanografia identificou esta nova espécie de anfípode que ele nomeou dulcibella camanchaca. Se eu te contar que tem 4 centímetros de comprimento, não ria: esse crustáceo representa o primeiro grande predador ativo já encontrado na chamada “zona hadal”.1.
"O dulcibella camanchaca é um predador de natação rápida que chamamos assim para lembrar a escuridão, nas línguas dos povos da região andina, para simbolizar o oceano profundo e escuro de onde caça", explica la Joana Weston, ecologista de águas profundas.
O nome científico encapsula perfeitamente a essência desta criatura, que evoluiu para prosperar em condições extremas que fariam qualquer outra forma de vida vacilar.
![Predator](https://www.futuroprossimo.it/wp-content/uploads/2024/12/1000052916-1024x717.jpg)
Caça em profundidades extremas
O que torna este predador especial são os seus apêndices frontais especializados, semelhantes aos das aves de rapina. Estas “armas” naturais permitem-lhe capturar presas mais pequenas na zona hadal, um ambiente onde a alimentação é extremamente limitada. A Fossa do Atacama, apesar de ser um dos ambientes mais extremos da Terra, abriga um ecossistema com mais de 400 espécies, todas caracterizadas por um extraordinário espírito de adaptação.
As águas superficiais acima da fossa são ricas em nutrientes, o que permite o desenvolvimento de uma cadeia alimentar que se estende até as profundezas. Este isolamento geográfico levou à evolução de espécies únicas, não presentes noutras partes do mundo, como confirmado pelo Carolina González, oceanógrafo da IMO.
A tecnologia que revela os mistérios do abismo
A captura desses espécimes exigiu tecnologia de ponta. Durante a expedição IDOOS 2023, a bordo do navio de pesquisa R/V Abate Molinapesquisadores eles usaram um veículo especial chamado “lander”. Este dispositivo permitiu colocar armadilhas com isco a quase 8.000 metros de profundidade, onde a pressão é 800 vezes maior que a da superfície.
Quatro espécimes foram capturados e posteriormente analisados nos laboratórios doUniversidad de Concepción. Estudos genéticos e morfológicos confirmaram que não era apenas uma nova espécie, mas até mesmo um novo gênero, destacando a singularidade do ecossistema da Fossa do Atacama.
Novo crustáceo predador: implicações para o futuro da exploração marinha
Esta descoberta abre novos cenários para a compreensão dos ecossistemas profundos. Os cientistas estão convencidos de que ainda existem muitas espécies a serem descobertas nestes ambientes extremos à medida que a tecnologia de exploração evolui. A pesquisa contribui para um projeto mais amplo de compreensão e proteção ecossistemas oceânicos profundo, ameaçado pelas alterações climáticas e pela poluição.
Descobertas como esta lembram-nos quão pouco sabemos ainda sobre os oceanos e quão importante é continuar a explorar e proteger estes ambientes únicos. Como destacou a equipe de pesquisa, cada nova espécie encontrada nesses ambientes extremos acrescenta uma peça fundamental à nossa compreensão da evolução da vida na Terra.
- La zona hadal é uma das áreas mais extremas e profundas dos oceanos, localizada em fossas oceânicas em profundidades entre 6.000 e 11.000 metros. É um ambiente verdadeiramente particular que ocupa menos de 0,25% do fundo marinho mundial. Este ambiente extremo é caracterizado por uma ausência total de luz solar, temperaturas muito baixas, escassez de nutrientes, mas sobretudo enormes pressões hidrostáticas (mais de 1.100 atmosferas nas zonas mais profundas). ↩︎