Em países onde os sistemas de refrigeração são mais necessários, muitas vezes falta infraestrutura para alimentar essas configurações. Um novo sistema poderia ajudar nesse sentido, mantendo itens e alimentos frescos com múltiplos efeitos de resfriamento sem usar eletricidade. A pesquisa do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) é liderada por Zhengmao Lu, Arny Leroy, Jeffrey Grossman, Evelyn Wang, Lenan Zhang e Jatin Patil. É descrito em artigo publicado na revista Relatórios Celulares Ciências Físicas (eu linko aqui).
Um “painel” frigorífico.
O sistema, projetado pelo MIT com base em pesquisa anterior, combina resfriamento evaporativo, resfriamento radiativo e isolamento térmico. Ele pode criar até 10,5 ° C arrefecimento em relação à temperatura ambiente, e apresenta-se sob a forma de um painel composto por três camadas de materiais diferentes.
O painel pode ser colocado sobre/ao redor de algo que precisa permanecer fresco, como uma caixa de itens perecíveis (alimentos ou remédios). De acordo com o MIT, a tecnologia poderia “permitir o armazenamento seguro de alimentos durante cerca de 40% mais tempo em condições de alta umidade” ou “triplicar o tempo de armazenamento seguro em condições de seca”. Também poderia ser usado para resfriar a água usada pelos aparelhos de ar condicionado, permitindo que o dispositivo use menos energia, mas permaneça igualmente eficaz.
Como é feito o sistema de refrigeração do MIT que não usa eletricidade
A camada inferior do sistema é feita de um material espelhado que reflete a luz solar que entra. Isso evita que a radiação infravermelha dos raios solares aqueça o objeto coberto. No centro está um hidrogel poroso, composto principalmente de água. Quando a água líquida é aquecida, ela evapora em vapor que sobe até encontrar e passar pela camada superior, de onde sai pelos poros dessa barreira final.
A camada superior é feita de aerogel, que contém alta concentração de bolsas de ar em suas cavidades de polietileno. Ao permitir a passagem do vapor de água e dos raios infravermelhos refletidos, ele fornece resfriamento evaporativo e radiativo.
Os desafios a enfrentar
O ponto crucial de todo o sistema parece ser o aerogel. Não apenas fornece resfriamento, mas também atua como uma camada isolante, evitando que o calor ambiente atinja o objeto que está por baixo. E também é reflexivo: quase como a camada inferior espelhada.
Apenas um problema? É muito caro produzir com os métodos atuais: é preciso desenvolver uma cadeia de produção mais barata e os engenheiros do MIT já estão estudando como fazê-lo. Além disso, seria o único obstáculo em todo o sistema, pois os demais materiais que o compõem estão todos disponíveis e são baratos.
A manutenção geral deste “frigorífico” fora da rede consistiria apenas em adicionar mais água ao hidrogel. Uma operação a ser realizada uma vez a cada 4 dias em ambientes muito secos e quentes, e apenas uma vez por mês em regiões mais úmidas.
Em resumo: Este novo sistema de refrigeração do MIT é muito promissor. Enquanto estiver sendo otimizado, no entanto, teremos que manter os alimentos frios à moda antiga: colocando-os na geladeira. Benditas contas.