Se você pensa que insetos e cirurgia ortopédica não têm nada em comum, está muito enganado! Inspirado nas asas de libélulas e cigarras (sempre abençoadas la biomimética) uma equipe de pesquisadores da Universidade de Illinois desenvolveu revestimentos “inteligentes” para implantes ortopédicos que combatem infecções e monitoram o estresse mecânico no dispositivo.
Nanoestruturas caçando bactérias
As asas das cigarras e das libélulas possuem uma nanoestrutura especial capaz de matar bactérias: sua superfície é coberta por minúsculos “pólos” que perfuram as paredes celulares das bactérias que tentam pousar sobre ela, matando-as. Sem antibióticos, sem medicamentos, eficazes mesmo contra cepas bacterianas resistentes.
Infecções bacterianas e falhas de implantes ortopédicos são problemas muito comuns: podem afetar até 10% dos pacientes. Por esse motivo, os cientistas seguiram a sugestão deles, adicionando também uma vantagem. Qual?
Sensores flexíveis para monitorar o processo de cicatrização
No outro lado do revestimento antibacteriano que desenvolveram, os cientistas liderados pelo prof. Qing Cao integraram sensores eletrônicos flexíveis para monitorar o estresse mecânico experimentado por implantes ortopédicos.
Graças a essas informações, os médicos podem acompanhar mais de perto o processo de cicatrização do paciente. Um fator que otimiza a reabilitação e permite uma intervenção oportuna em caso de problemas do dispositivo.
Testes em implantes ortopédicos
Em seu estudo publicado na Science Advances (eu linko aqui), os pesquisadores testaram os revestimentos antibacterianos em camundongos e, em ovelhas, testaram implantes ortopédicos disponíveis comercialmente aprimorados pelos novos sensores flexíveis.
Os resultados? Muito promissor: nenhum sinal de infecção em camundongos, mesmo quando a bactéria foi introduzida intencionalmente, e monitoramento preciso do estresse mecânico em implantes ortopédicos de ovelhas.
Facetas e implantes ortopédicos inteligentes: um futuro brilhante
Esses revestimentos “inteligentes” abrem novos caminhos para a ortopedia e a medicina em geral. A sua eficácia na prevenção de infecções e na monitorização do processo de cicatrização poderia melhorar significativamente a qualidade de vida dos pacientes e reduzir os custos de saúde. Mais uma vez, obrigado à mãe natureza: obrigado, mestres libélulas e cigarras, também pela próxima revolução no campo dos implantes ortopédicos.