Cientistas do Laboratório de Neurobiologia Molecular do Instituto Salk descobriram uma maneira de ativar células cerebrais de mamíferos usando apenas o ultrassom. Desta forma é possível obter uma estimulação cerebral profunda mesmo sem implantes e fios.
Isso dá esperança de que a sonogenética possa tratar e curar doenças como Parkinson, que impede a mobilidade dos pacientes dificultando gradativamente os movimentos diários.
O futuro é sem fio

O método usado hoje deu seus primeiros passos em 1989: é chamado de estimulação cerebral profunda. É uma técnica que (entre outras coisas) pode gerar impulsos que podem controlar os sinais elétricos anormais devidos ao Parkinson. No entanto, requer a implantação de um dispositivo na cabeça dos pacientes.
A técnica de usar ondas de ultra-som para excitar grupos de células geneticamente identificadas é conhecida como "sonogenética", um termo criado e popularizado pelo prof. Sreekant Chalasani mais de uma década atrás.
"Ir sem fio é o futuro para quase tudo", diz ele em um comunicado à imprensa chalasani, autor principal da pesquisa publicada na revista Natureza das Comunicações.
O estudo da sonogenética
No estudo recente, a equipe descobriu uma nova proteína, TRPA1, conhecido por permitir que as células reajam a substâncias químicas nocivas e ativem diferentes tipos de células humanas, incluindo as do cérebro e do coração. Este canal foi encontrado aberto por ultra-som em uma linha de células de pesquisa humana padrão (HEK).
Para avançar no estudo, uma abordagem de terapia genética foi usada para entregar genes da proteína TRPA1 humana a um grupo de neurônios no cérebro de camundongos. Descobriu-se que apenas os neurônios com genes TRPA1 foram ativados com ultra-som.
Com mais pesquisas, A sonogenética pode curar o Parkinson sem a necessidade de implantes cerebrais.
Os próximos passos

Embora agora saibamos que a função do TRPA1 é detectar mudanças de temperatura, não causá-las, este estudo mostra como as mudanças de temperatura podem ser críticas para alguns tipos de células cancerígenas.
Corinne Lee Kubli, coautor principal do artigo.
A sonogenética também pode ser usada para tratar outras condições, no entanto.
Primeiro, aqueles que limitam a mobilidade, como a epilepsia, permitindo que os médicos ativem células cerebrais em uma área específica sem a necessidade de cirurgia. Em desenvolvimentos futuros, poderia até substituir um marcapasso ativando e regulando as células cardíacas.