No ano 79 d.C., como você sabe (certamente o terão avisado), a erupção do Vesúvio enterrou a cidade de Herculano sob cinzas e lapilli junto com uma biblioteca inteira de rolos de papiro. Durante séculos, estes documentos permaneceram um enigma indecifrável, testemunhas silenciosas de conhecimentos perdidos. Hoje, graças ao projeto Desafio Vesúvio, podemos finalmente começar a revelar os segredos guardados nestes manuscritos antigos.
O Desafio do Vesúvio
O Desafio Vesúvio, lançado há dez meses, tinha o ambicioso objectivo de resolver o mistério da Papiro de Herculano, um tesouro cultural único. Esses pergaminhos, carbonizados pela erupção do Vesúvio, permaneceram ilegíveis durante milênios. Graças a uma abordagem inovadora e à colaboração internacional, apenas começamos a ler os textos: o início de uma viragem histórica na compreensão do nosso passado.
O sucesso da equipe composta por Youssef M. Nader, Luke Farritor e Juli Schillij, que ganhou o Grande Prêmio de US$ 700.000 mil, demonstra a importância da colaboração interdisciplinar.
Os resultados? Extraordinário. As quinze colunas de texto decifradas provêm do primeiro pergaminho lido. O autor, provavelmente o filósofo epicurista Filodemo, discute música, comida e boa vida. Também não faltam críticas aos seus “adversários” ideológicos, os estóicos, pela falta de reflexões sobre o prazer. Esta descoberta também abre novas perspectivas sobre como os antigos interpretavam a vida. E é apenas o começo.
O futuro do Desafio Vesúvio
O sucesso do projeto não para por aqui. Por outro lado, os textos revelados até agora representam apenas 5% de um pergaminho. A meta para 2024 é ler pelo menos quatro pergaminhos na íntegra, com um novo prêmio de US$ 100,000 mil para a primeira equipe a conseguir esse feito. Os estudiosos estimam que os pergaminhos não lidos preservados em Nápoles contêm o equivalente a mais de 16 megabytes de texto antigo (isso é muito).
Sem falar que o sucesso do Desafio do Vesúvio poderá estimular novas escavações na vila onde foram encontrados os pergaminhos, trazendo à luz outros papiros desta grande biblioteca principal. Pode haver obras perdidas de Aristóteles, Tito Lívio, um épico homérico ou poemas de Safo. A esperança é também descobrir uma biblioteca maior ainda enterrada, com milhares de outros pergaminhos que poderão revolucionar a nossa compreensão da literatura clássica.
Obrigado e perspectivas futuras
Agradecimentos especiais vão para Brent Selos e Nathan Friedman por lançar as bases deste trabalho e a todos aqueles que contribuíram para o projeto, tanto financeira como intelectualmente. Este projeto extraordinário e um pouco maluco é uma prova da paixão humana pelo conhecimento e da nossa curiosidade incessante pelo passado.
Com estas novas descobertas, chegamos cada vez mais perto de compreender melhor a história da humanidade e do pensamento antigo, abrindo novos horizontes para pesquisas futuras. Para saber mais, visite scrollprize.org/grandprize.