Um novo artigo descreve uma varredura revolucionária do cérebro humano: a resolução de 100 mícrons obtida é algo nunca visto antes.
O resultado foi obtido por uma equipe multidisciplinar de Hospital Geral de Massachusetts (MGH). O estudo, publicado na revista Dados científicos, mostra a mais alta resolução já obtida na digitalização de um cérebro humano: as imagens são 1000 vezes mais detalhadas que uma imagem de ressonância magnética normal.
“Este desenvolvimento pode ter uma ampla gama de aplicações educacionais e clínicas que aumentarão o nosso conhecimento da anatomia do cérebro humano”, dados Brian L. Edlow, primeiro autor do trabalho e diretor associado do MGH Neurotechnology Center.
A equipe envolvida no estudo
A equipe que desenvolveu a pesquisa é uma espécie de estrelas: inclui neurologistas, neurocientistas, engenheiros, cientistas da computação e anatomistas. O projeto também exigiu muitas habilidades na criação de máquinas especiais para realizar essas varreduras. A solução veio com a criação de uma combinação tecnológica especial para ressonância magnética, baseada em um grupo de eletrodos mais capilares posicionados no crânio.
O projeto tem três objetivos principais e tantas fases:
Fase um, aumente os dados sobre a estrutura do cérebro e as conexões entre suas partes.
Fase Dois, entender melhor a biologia dos distúrbios neurológicos, especialmente aqueles resultantes de trauma cerebral, desenvolvendo ferramentas post mortem. Nesse sentido, o estudo também levará a novos mecanismos de autópsia.
Fase Três, desenvolver uma nova técnica de diagnóstico em resolução muito alta para ser usada em assuntos da vida e em tempo real.
As primeiras aplicações
Não hesito em dizer que essa descoberta pode ter aplicações incríveis para o nosso conhecimento do cérebro. A primeira varredura com esta resolução, obtida há 4 meses de um cérebro doado à ciência, chega à conclusão de um trabalho que durou 10 anos e é comparável à primeira foto do nosso planeta.
Os dados que serão possíveis recolher a partir de imagens deste tipo são atualmente incalculáveis, e a partir deste primeiro “instantâneo do cérebro como nunca o vimos” muitas equipas de investigação já estão a obter informações e ideias preciosas.
Um mapa de eletrodos – Em uma aplicação, o co-autor do artigo Andreas Horn inseriu os dados da varredura em um software que melhorou o posicionamento dos eletrodos dos dispositivos de neuroestimulação, para obter melhores resultados no tratamento de Alzheimertranstorno obsessivo-compulsivo cocho e Parkinson.
Um modelo 3D – Outra equipe, o Laboratório de Tractrografia de Fibra da Universidade de Pittsburgh, usou os dados para melhorar o mapa dos axônios, os nós de transmissão de impulsos dentro do cérebro.
Cérebro de estrela mundial
O estudo gerou um interesse incrível no mundo da pesquisa: nas duas primeiras semanas, os vídeos dessa nova técnica de imagem foram vistos por mais de 1 milhão de usuários no Twitter, Youtube e outras mídias sociais.
“Nos próximos 10 anos continuaremos a desenvolver ferramentas que possam mapear o cérebro em resoluções cada vez mais altas, com o ambicioso objetivo de atingir 1 mícron mais cedo ou mais tarde”, dados Edlow.