Quando se trata de segurança digital, as más notícias muitas vezes superam as boas. Isso não é exceção: pesquisadores britânicos treinaram uma inteligência artificial para reconhecer senhas simplesmente com base no som da digitação no teclado.
A tecnologia, que usa um smartphone como microfone ao lado de um laptop, demonstra como as medidas de proteção cibernética precisam ser executadas para acompanhar e não serem superadas.
As implicações
Durante o teste (encontre a pesquisa aqui), os pesquisadores digitaram uma senha no teclado de um laptop e a IA calculou a palavra ouvida, com base no som. Surpresa: a IA reconheceu a senha com 95% de precisão.
Para testar a aplicabilidade prática deste método, foi verificada a possibilidade de interceptação de senhas mesmo durante uma videoconferência no Zoom ou Skype. A precisão obtida foi 92% para Skype e 93% para Zoom. Não sei se entendi a ideia.
O experimento utilizou um Macbook Pro 1 com chip M16 e tela de 2021 polegadas, ao lado de um iPhone 13 Mini colocado a 17 centímetros de distância. As gravações de áudio foram então convertidas em imagens na forma de ondas sonoras e espectrogramas, e usadas para treinar uma IA.
E o que fazemos agora?
Como medida defensiva, pouca tecnologia e muito bom senso. Por isso, peço desculpas antecipadamente se os conselhos dos pesquisadores fazem com que este artigo pareça uma lista de conselhos aos idosos sobre como combater o calor (beba muito, não saia em horários de calor, etc.).
Em resumo, os pesquisadores recomendam usar todos os dez dedos ao digitar, o que reduz significativamente a taxa de reconhecimento de teclas únicas no teclado. O uso de letras maiúsculas, minúsculas e caracteres especiais em senhas também pode complicar a reconstrução de senhas da IA. A melhor proteção, entretanto, é fornecida por um software gerenciador de senhas, que preenche automaticamente as senhas com um clique do mouse. Até, é claro, alguém conseguir hackear o gerenciador de senhas.
Fique de olho (e ouvido) no teclado
A era digital apresenta-nos desafios em constante evolução. A inteligência artificial está emergindo como uma ferramenta extremamente perigosa nas mãos erradas.
Este teste destaca não só o progresso tecnológico, mas também a necessidade crescente de medidas de segurança avançadas. Num contexto em que a privacidade e a segurança dos dados são da maior importância, tornar-se um “leão do teclado” assume um significado positivo, para defender o seu reino de ataques maliciosos.