Sentir diretamente a energia escura e, em particular, suas interações não gravitacionais, teria um enorme impacto.
E talvez funcione. Em um artigo publicado ontem (em revisão física) Dr. Sunny Vagnozzi e uma equipe de pesquisadores da Universidade de Cambridge detalham os resultados inexplicáveis de um experimento chamado XENON1T. Os resultados não dependem da matéria escura que o experimento deveria detectar. O novo documento é um grande passo para a primeira detecção direta de outra "coisa" escura, a misteriosa energia que se buscava há algum tempo.
Detectar energia escura
O experimento XENON1T, realizado no subsolo nos laboratórios Gran Sasso, trouxe uma descoberta sensacional, na forma de uma anomalia. Para explicar esta anomalia, os investigadores de Cambridge desenvolveram um modelo físico concebido para garantir que o sinal não foi produzido pela matéria escura. Graças a este modelo, os investigadores acreditam que o sinal pode ter origem em partículas de energia escura produzidas numa região do Sol conhecida pelos seus fortes campos magnéticos. O próximo passo? Confirme os resultados com novos experimentos.
Se pensarmos que detectámos directamente a energia escura num laboratório subterrâneo, precisamos de uma confirmação independente, a partir de observações também feitas fora deste laboratório.
Ensolarado Vagnozzi
Desvende o mistério
Acredita-se que aproximadamente 27% do universo seja composto por matéria escura, enquanto se acredita que 68% sejam governados porenergia escura, uma hipotética força invisível que faz com que o universo se expanda em um ritmo acelerado. Ambas as formas de energia permaneceram indefinidas após anos de pesquisa. Experimentos como o XENON1T tentam estudar o primeiro: e talvez tenham encontrado o segundo.
A comunidade científica detectou pela primeira vez a matéria escura na década de 20 e teve mais tempo para estudá-la. “Com esta descoberta queremos agora dar um passo em frente e compreender melhor o que é, como interage com outros tipos de matéria e assim por diante. No entanto, no que diz respeito à energia, estamos décadas atrasados: detectá-la tão diretamente poderia ajudar-nos a recuperar o atraso”, afirma Vagnozzi.
Energia escura: tudo "falha" do sol
Num esforço para ajudar a “atualizar” a investigação da matéria escura, Vagnozzi e a sua equipa de coautores construíram um modelo físico que utiliza um chamado mecanismo de triagem para esconder quaisquer “quintas forças” associadas à energia escura de pequena escala.
Este mecanismo, chamado escudo camaleão, sugeriram que o excesso no experimento XENON1T poderia ser explicado por partículas de energia escura produzidas em uma região do Sol chamada tacoclina, onde os campos magnéticos são particularmente fortes.
Se tudo correr conforme o planejado e os resultados do XENON1T se mantiverem, as próximas atualizações poderão levar à primeira detecção direta de energia escura na próxima década.