O futuro do trabalho poderia estar a meio caminho entre "o trabalho como razão de viver" (uma perspectiva que Hoje eu não gosto mais) e “as máquinas vão levar todos nós para baixo da ponte”. Poderia ser um mundo onde a inteligência artificial tornasse uma semana de trabalho de três dias uma realidade. Um sistema misto, capaz de potencializar tanto os benefícios da automação como os de uma “sociedade construtiva”.
Esta perspectiva abre questões intrigantes sobre a natureza do trabalho e como a sociedade pode se adaptar a tais mudanças.
Era da automação e impacto no trabalho
Na era moderna, a automação e a inteligência artificial estão transformando rapidamente o cenário do trabalho. Estas tecnologias oferecem a promessa de maior eficiência e produtividade, mas eles também levantam questões importantes sobre o futuro do trabalho humano. Máquinas cada vez mais sofisticadas estão a começar a realizar tarefas que antes exigiam intervenção humana, mudando assim o foco dos trabalhos manuais para aqueles que exigem maiores competências cognitivas e criativas.
As coisas mudam rapidamente: há poucos meses o tema central era o de uma semana de trabalho de 4 dias (com experimentos bem sucedidos em volta). Hoje já aparece a possibilidade de um semana de trabalho de três dias: não é apenas uma fantasia utópica. Na verdade, é uma hipótese concreta que vem ganhando espaço em muitos ambientes de negócios.
Até o muito criticado Bill Gates falou recentemente sobre isso: no podcast 'What Now?' por Trevor Noah (se você estiver interessado você pode encontrar aqui), Gates pintou um futuro em que a IA poderia revolucionar radicalmente a forma como abordamos o trabalho. Entre os vários elementos deste cenário, também uma semana de trabalho muito mais curta.
As implicações económicas e sociais de uma semana de trabalho de três dias
Uma semana de trabalho mais curta, de apenas três dias, teria implicações económicas e sociais significativas. Para as empresas, significa reconsiderar a forma de medir a produtividade e o valor do trabalho humano. Para os trabalhadores, abre a possibilidade de equilibrar melhor o trabalho e a vida privada, dedicando mais tempo à família, aos hobbies e ao bem-estar.
Há claramente também preocupações sobre a segurança do emprego e do rendimento, especialmente em sectores onde a automatização poderia substituir completamente as funções humanas. Este "meio-termo" razoável, no entanto, é muito mais viável a médio prazo e permitiria à sociedade adaptar-se gradualmente.
O papel da tecnologia na formação do futuro
A tecnologia, como eu disse, é um fator chave nessa mudança. A inteligência artificial, em particular, tem o potencial de revolucionar completamente a forma como trabalhamos. Com sua capacidade de aprender, adaptar e realizar tarefas cada vez mais complexas (até nos "ultrapassarmos" em 2026), a IA será capaz de realizar trabalhos repetitivos ou perigosos, deixando aos humanos tarefas que exigem criatividade, empatia e julgamento.
Mais eficiência para alimentos, produtos e construções, mais gratificação para nós, que poderíamos nos concentrar no que consideramos mais significativo.
Desafios e oportunidades
Apesar dos benefícios potenciais, existem desafios significativos pela frente. Uma das maiores é garantir que os benefícios da automação e da inteligência artificial são distribuídos igualmente na sociedade. A automação e a IA já demonstraram que podem ampliar a distância entre aqueles que possuem as habilidades e aqueles que não as possuem. Inteligência artificial (não vamos esconder, o últimos eventos em OpenAI são óbvios) já está firmemente nas mãos dos “capitalistas”. Exceto sem fins lucrativos.
A redução da semana de trabalho para três dias terá impactos na renda dos trabalhadores, especialmente em setores menos automatizáveis. Portanto, as vantagens são muitas e novas, mas as desvantagens são as mesmas de sempre: e devem ser abordadas primeiro, ou anularão tudo.
Outro aspecto fundamental será encontrar um novo equilíbrio entre trabalho e tempo livre. E aqui, a longo prazo, só vejo pontos positivos: uma semana de trabalho de três dias poderia oferecer às pessoas mais oportunidades para prosseguirem os seus interesses, aprenderem novas competências e melhorarem a sua qualidade de vida. Isto também poderá ter um impacto positivo na sociedade como um todo, promovendo um maior envolvimento em atividades comunitárias e iniciativas de voluntariado. E menos encargos para os centros de saúde mental.
Três dias de trabalho, quatro dias de possibilidades
A ideia de uma semana de trabalho de três dias, embora ainda incipiente, abre um mundo de possibilidades. Esta perspetiva convida-nos a refletir sobre o valor do trabalho, a importância do tempo livre e o papel que a tecnologia pode desempenhar na melhoria da nossa vida profissional e pessoal.
Em breve poderemos estar planejando não apenas o “fim de semana”, mas também a “meia semana”. Imagine as possibilidades: mais tempo para hobbies, família ou apenas para relaxar. E quem sabe, talvez num futuro não muito distante, a manhã de segunda-feira possa transformar-se do dia mais temido da semana numa agradável lembrança de uma época de trabalho “mais pesada”.
Num mundo onde três dias de trabalho por semana podem ser a norma, quem pode dizer o que conseguiremos com todo esse tempo livre extra? Talvez nesses dias “extras” nasçam as maiores ideias e inovações. Afinal, como ele disse aquele Sr. arquiteto, "Menos é mais". Sim, “menos é mais”. No futuro do trabalho, este poderá ser o lema que nos guiará para uma era de produtividade um pouco mais equilibrada e de bem-estar um pouco mais generalizado.