Da Kodak à Nokia, a história está repleta de gigantes que ignoraram a importância da reinvenção. Na pequena viagem que empreenderemos através deste artigo, exploraremos como a coragem de renovar e inovar pode ser a arma vencedora contra a “síndrome do Titanic” que ameaça as empresas modernas.
Antes de mais nada, vamos esclarecer: o que significa “síndrome do Titanic”?
É a tendência das empresas ignorarem sinais de mudança e perigo, agindo como se fossem invencíveis ou grandes demais para falir.
É claro que, na era em que a tecnologia avança a passos largos, as empresas muitas vezes procuram a inovação como o único meio de permanecerem relevantes. A verdadeira dificuldade, porém, não é (para alguns) inovar, mas (para muitos) renovar-se, reinventar-se.
Lições do passado: o exemplo da Kodak e da Nokia
A história de gigantes como Kodak e Nokia ensina-nos uma lição fundamental: a arrogância e a confiança excessiva nos sucessos passados podem levar à ruína. Estas empresas, uma vez no topo do mundo, viram o seu império entrar em colapso devido à sua incapacidade de se adaptarem às mudanças do mercado.
E queremos falar sobre Blockbuster, rede americana de locadoras de vídeo (que acabou tendo 9.000 mil lojas)? Em 2000, o fundador da Netflix reuniu-se com o CEO da Blockbuster para propor uma parceria: a Netflix administraria a marca Blockbuster online e a Blockbuster promoveria a Netflix em suas lojas. O fundador da Netflix foi ridicularizado. Todos vocês sabem como tudo terminou.
Mais fracassos tecnológicos? Muitos. Você pode encontrá-los em quase todos os lugares online e também aqui conosco.
Tal como o ilustre navio, muitas empresas enfrentaram o seu destino ignorando os sinais de alerta e a necessidade de renovação. Síndrome do Titanic, como ele a chama Nadya Zhexembayeva da Reinvention Academy, descreve aquelas empresas que nunca saem da sua zona de conforto, não procuram informação de mercado e não dedicam tempo à reflexão estratégica.
Quatro palavras-chave de um mundo que sabe renovar e reinventar:
Volatilidade, incerteza, complexidade, ambiguidade: os tempos modernos são definidos por estes quatro elementos. As empresas devem navegar num oceano de incerteza, onde mudanças rápidas e perturbações são comuns. Neste contexto, a reinvenção não é apenas aconselhável, mas necessária para a sobrevivência.
Antigamente, as empresas desfrutavam de vidas longas, com ciclos que duravam décadas. Hoje, com a revolução digital e as rápidas transformações geopolíticas, o ciclo de vida das empresas encurtou drasticamente, tornando a reinvenção um imperativo ainda mais urgente.
Um exemplo marcante é Huawei, que, na sequência das proibições que excluíram Google e Android dos seus sistemas, viu-se obrigada a renovar-se para se adaptar rapidamente a um novo cenário tecnológico. Da mesma forma, toda a indústria tecnológica encontra-se a navegar num mar incerto, com flutuações nos mercados de microchips, semicondutores e terras raras, conduzindo a altos e baixos contínuos, tanto em termos de desafios como de oportunidades.
Exemplos (mais ou menos conhecidos) de reinvenções sensacionais
Aqui estão três exemplos de empresas que prosperaram após se reinventarem:
- Instagram: Lançado originalmente como Burbn, um aplicativo de check-in (você sabia?), Instagram mudou seu foco em compartilhar fotos depois de receber um financiamento significativo. Essa mudança foi bem-sucedida, levando o Instagram a ter mais de um bilhão de usuários.
- Samsung: Fundada em 1938, inicialmente tinha como foco a comercialização de alimentos como peixe seco e macarrão. Após a Guerra da Coreia, a Samsung expandiu-se para o setor têxtil e entrou no mercado de eletrônicos no final da década de 60. Hoje, a Samsung é um gigante na indústria de smartphones e uma das marcas mais valiosas do mundo.
- Nintendo: Fundada em 1889 como fabricante de cartas de baralho, a Nintendo posteriormente colaborou com a Disney para a utilização de seus personagens nas cartas. Com o tempo, ele adicionou novos negócios, incluindo uma empresa de táxi e uma linha de arroz instantâneo. O verdadeiro sucesso veio na década de 80 com os videogames, lançando produtos icônicos como Nintendo 64, Game Boy, Wii e Switch.
Renovar: um processo acessível a todos
Ao contrário da inovação, que muitas vezes requer recursos e talentos especializados, a reinvenção é um processo mais democrático e acessível. É a arte de adaptar o que já existe a novas realidades e desafios, um processo que qualquer empresa, grande ou pequena, pode realizar.
Uma certa pessoa sugeriu isso Albert Einstein: Imaginação é mais importante que conhecimento. No contexto empresarial, isso significa olhar além dos limites estabelecidos, pensar fora da caixa e reinventar-se continuamente para enfrentar as mudanças e desafios do mercado.
Renovar para prosperar
A inovação continua a ser um objectivo louvável: aqueles que têm a coragem (triunfando, mas muitas vezes também sucumbindo) de quebrar os moldes merecerão sempre os aplausos de todos.
É a reinvenção, no entanto, a verdadeira chave para a longevidade e o sucesso empresarial. Num mundo em rápida evolução, as empresas devem estar preparadas para inovar continuamente: não apenas para sobreviver, mas para prosperar.